segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Itajubá

Sento-me numa mesa no interface do hotel com o exterior. No horizonte próximo tenho a piscina com as suas águas convencionalmente em tom de azul, hoje, deserta de gente, e no horizonte distante, mas não muito, o casario da cidade, espraiado pelas encostas dos montes, e as montanhas envolventes, propriamente ditas. Lembram-me intensamente Ponte de Lima. Têm a vantagem a vantagem de permanecerem, todas, em tom verde-escuro. Paradoxalmente, tenho Ponte de Lima tão perto.
Ladeando a piscina, aparte uma parafernália de mesas e cadeiras brancas e alguns guarda-sóis, há palmeiras vaidosas. Desafortunadamente, os colares aparecem já bastante desgastados, o que lhes tira cor e brilho. São fruto do uso, e a consequência da vaidade das palmeiras. Os colares, inevitavelmente, conduzem-me a ti, pelos colares e pela descoberta das palmeiras vaidosas, vai para uns anos, algures na Madeira, creio. Mais tarde, reencontrámo-los em vários outros lugares, do Brasil ao México e aos Açores. Não me recordo se as havia, também, na Sicília.
Daí, isto é, da Sicília, recordo-me bem das árvores jurássicas, que havíamos descoberto na Uberlândia, uma cidade prima da Disneylândia, como sempre me soou. Foi a nossa primeira viagem ao Brasil, juntos. Marco primeiro dessa viagem foi, sem sombra de dúvida, a descoberta do desenho das cidades da região pelos “alinhadores”, evidenciada pelas luzes captadas em pleno voo noturno. Fantástica vista. Fantástico trabalho de ordenamento urbano que, em terra, não tinha espelho em matéria de paisagem e beleza de desenho.
Como te disse antes, vêm-se muitas coisas surpreendentes e aprende-se muito nestas viagens, querendo aprender.

José Cadima
(2017/11/13)

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