Sento-me numa mesa no interface do hotel com
o exterior. No horizonte próximo tenho a piscina com as suas águas
convencionalmente em tom de azul, hoje, deserta de gente, e no horizonte
distante, mas não muito, o casario da cidade, espraiado pelas encostas dos
montes, e as montanhas envolventes, propriamente ditas. Lembram-me intensamente
Ponte de Lima. Têm a vantagem a vantagem de permanecerem, todas, em tom
verde-escuro. Paradoxalmente, tenho Ponte de Lima tão perto.
Ladeando a piscina, aparte uma parafernália
de mesas e cadeiras brancas e alguns guarda-sóis, há palmeiras vaidosas.
Desafortunadamente, os colares aparecem já bastante desgastados, o que lhes
tira cor e brilho. São fruto do uso, e a consequência da vaidade das palmeiras.
Os colares, inevitavelmente, conduzem-me a ti, pelos colares e pela descoberta
das palmeiras vaidosas, vai para uns anos, algures na Madeira, creio. Mais
tarde, reencontrámo-los em vários outros lugares, do Brasil ao México e aos
Açores. Não me recordo se as havia, também, na Sicília.
Daí, isto é, da Sicília, recordo-me bem das árvores
jurássicas, que havíamos descoberto na Uberlândia, uma cidade prima da Disneylândia,
como sempre me soou. Foi a nossa primeira viagem ao Brasil, juntos. Marco
primeiro dessa viagem foi, sem sombra de dúvida, a descoberta do desenho das
cidades da região pelos “alinhadores”, evidenciada pelas luzes captadas em
pleno voo noturno. Fantástica vista. Fantástico trabalho de ordenamento urbano
que, em terra, não tinha espelho em matéria de paisagem e beleza de desenho.
Como te disse antes, vêm-se muitas coisas
surpreendentes e aprende-se muito nestas viagens, querendo aprender.
José Cadima
(2017/11/13)
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