Ontem, ouvi-te.
Não sei se te escutaste a ti própria.
Já ante-ontem, e muitas vezes antes, o tinha feito.
Admirei a tua energia,
a tua vontade de ter uma vida cheia,
a tua ânsia de percorrer mundos,
o teu encanto feminino, sempre inquieto.
Questionei-me entretanto se davas conta de que as corridas desgastam
e há outros mundos para além dos que tu enxergas,
e energia que não vale a pena desperdiçar.
Por puro acaso, ouvi há pouco tempo
alguém que, explicando a sua filosofia de vida,
sublinhava quão importante era ouvir o outro,
reconhecer-lhe as qualidades e a beleza.
Concluía com a afirmação de que não se pode estar em tranquilidade consigo mesmo
quando não se é capaz de ouvir, e gostar, do outro, nas suas qualidades.
Tendo-o escutado em silêncio,
concordei com ele.
Escutei-te, admirei-te, alarguei o passo para te acompanhar.
Fiquei com o sentimento de que não déste pela minha presença,
a minha vontade de percorrer mundo contigo.
É verdade: há mundo que não quero descobrir!
Ontem, quis estar contigo.
Ainda hoje quero, e estou seguro de que vou querê-lo amanhã.
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