sábado, 28 de outubro de 2017

Quando a Vida é Bela

NOTA SOBRE O SPID (Seminário Permanente de I&D), 26 outubro 2017 | 
11 h, Sala 3.01 | Pólo I da ECHS
 “O Legado de Guimarães Capital Europeia da Cultura de 2012”
Oradores: Paula Remoaldo & José Cadima Ribeiro (Universidade do Minho)

Comentador: Francisco Diniz



No dia 26 de outubro 2017 celebrou-se um seminário permanente de investigação do CETRAD sobre o legado de Guimarães como capital cultural europeia de 2012 e apresentou-se o livro com igual título, editado em 2017 pela editora Afrontamento. No seminário participaram à volta de 60 pessoas, especialmente alunos da licenciatura em turismo da UTAD. A sessão de abertura foi feita pelo presidente da ECHS (Escola de Ciências Humanas e Sociais) da UTAD, o Prof. Manuel Luís Tibério. Após os agradecimentos e as palavras de circunstância, reforçou a importância do ensino e a investigação do turismo na UTAD. A seguir, o Prof. Francisco Diniz, professor reformado do DESG e investigador do CETRAD, apresentou os autores convidados e apontou o valor de atividades complementares, como esta apresentação de livro, ao ensino formal curricular.  
A Prof.ª Paula Remoaldo começou a apresentação do livro falando da estrutura e do conteúdo dos 7 capítulos do livro, que é resultado de uma investigação iniciada em 2008. Frisou o desejo vimaranense de converter-se numa cidade mais internacional através da organização deste megaevento complexo e também sublinhou como o evento significou um aumento do orgulho e da autoestima local. Paula Remoaldo revisou a história das cidades culturais europeias, a primeira das quais foi Atenas em 1985. Mencionou igualmente que a partir de 2000 a União Europeia designa duas cidades capitais por ano e, assim, também cidades médias podem ganhar o título de “cidade cultural europeia” (CCE). No caso de Portugal, Lisboa foi CCE em 1994, Porto em 2001 e Guimarães em 2012. O estudo desta última foca as reações das populações, as suas perceções e atitudes face ao reconhecimento, e sublinha a importância de um planeamento participativo seguindo as orientações do Conselho de Europa. A nomeação de Guimarães como CCE resultou na criação de um projeto cultural colaborativo de um ano e serviu de alavanca para uma oferta cultural sustentada no tempo.
Do seu lado, o Prof. José Cadima Ribeiro analisou os efeitos da nomeação para residentes e visitantes em vários eixos temáticos: benefícios imateriais (ex. revitalização da tradição); custos económicos, sociais e ambientais; segurança e infraestruturas; mudanças nas práticas tradicionais e nos hábitos quotidianos; benefícios sociais e económicos. O orador também destacou a importância de outra nomeação, nomeadamente o reconhecimento do centro histórico de Guimarães como património mundial pela UNESCO, em 2011. Foi outro elemento que contribuiu para a “grande festa” que foi o ano de Guimarães como CCE, o aumento do orgulho da comunidade e motivar os visitantes para visitar este património mundial e cultural.
Valeu a pena, este investimento em Guimarães como CEC, mas é preciso trabalhar ainda mais para tornar durável o “sucesso” do turismo em Guimarães. Referiu que algo igual acontece a nível de Portugal que ganhou em 30 de setembro de 2017, graças a um trabalho árduo e contínuo, 37 World Travel Awards, incluindo o de Melhor Destino Europeu.



Xerardo Pereiro  e Veronika Joukes (UTAD|CETRAD)

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