A jornada está quase no fim, embora faltem percorrer milhares de kms até retornar ao ponte de partida. Foi bom tê-la feito. Ao fim de muito tempo, retornei a percursos que já fiz, e de que retenho uma memória agridoce. Aqui, faltou-me a neve que cobria toda a cidade da última vez que por cá andei.
Percorrendo as ruas, não senti menos frio, até talvez o contrário, mas senti a falta da neve, do branco que preenchia tudo e limpava o cinzento da cidade. Senti também o vazio da tua ausência como poucas vezes antes, embora não me tenhas acompanhado na visita anterior, e em dezenas de outras visitas passadas. É o desamparo dos anos que foram passando, porventura. É a desabituação de não te saber perto, embora, perto, te sinta demasiadas vezes longe.
Não sei se me aventurarei muitas vezes mais no futuro em jornadas destas. Atrai-me crescentemente a proximidade das coisas que me são próximas, mesmo quando acabo permanecendo tão só com os meus pensamentos como estou agora.
Não sei...Nem talvez importe saber. Decidirei em cada momento se me aventurarei em jornadas como esta ou se a solidão destas viagens me cansa para além do que sou capaz de suportar. Como em muitas ocasiões, deixar-me-ei guiar pelo instinto, que algumas vezes me deixou ficar mal mas tantas outras foi a força por detrás das muitas coisas que alcancei. Guiar-me-ei pelo instinto...
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