terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Alegra-me!

Alegra-me que estou triste, triste.
Sei que a vida é bela,
mas não o é sem que o conquistemos, dia-a-dia,
procurando equilíbrios, atentos ao sentir dos outros,
reconhecendo que há quem tome por sustentáculo da sua forma de estar
a desconsideração do sentir dos outros.
Alegra-me que estou triste.
Não imaginas quanto gostaria de sentir-me alegre,
de partilhar contigo a minha alegria.
Ver-te sorrir, ver-te confiante é parte da minha alegria quotidiana.
Ver-te triste reforça o meu desânimo.
Quero sussurrar-te ao ouvido que a vida é bela,
renovar-te votos de amor
mas a tristeza que se entranhou em mim não mo permite.
Alegra-me que estou triste.
Vem conquistar vida comigo,
porque para ser bela a vida tem que ser partilhada,
e eu quero, muito, ver-te sorrir.

José Cadima 

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